Quando as varizes começam a surgir, muita gente acredita se tratar apenas de um problema estético. Porém, as complicações podem surgir com o passar do tempo. Sem os cuidados devidos, essas pequenas marcas podem se transformar em úlceras, inflamações nas veias e até desencadear dores e incômodos.
“As varizes são uma doença da parede da veia, cuja principal causa é a herança genética. Podem evoluir para estágios mais avançados com o aparecimento de manchas escuras nas pernas e feridas de difícil cicatrização. Além disso também podem complicar com o surgimento de tromboflebite, que consiste numa inflamação dolorosa das veias, sangramentos espontâneos e trombose venosa profunda”, destaca a médica cirurgiã vascular Dra. Jovita Veras.
A profissional ressalta que existem diversos tratamentos para cuidar das varizes, entre eles laser endovenoso, escleroterapia, laser transdérmico, crioescleroterapia, aplicação de espuma, além da cirurgia convencional.
“Antes de realizar qualquer procedimento, é importante consultar um médico angiologista ou um cirurgião vascular para atuar no diagnóstico assertivo e recomendar o melhor tratamento”, alerta Dra. Jovita.
Vasinhos x varizes
Uma dúvida muito comum é chamar as varizes de vasinhos e achar que são problemas distintos. “Na verdade se tratam de apresentações diferentes da mesma doença”, ressalta a médica cirurgiã vascular.
“Os vasinhos ou telangiectasias, de coloração avermelhada ou arroxeada, são mais superficiais e tem até 1 mm de espessura. Geralmente esses vasinhos são nutridos por vasos um pouco maiores e mais profundos, chamados de veias reticulares, que tem entre 1 e 3 mm de espessura. Já as veias varicosas são mais calibrosas, com diâmetro maior que 3 mm, podem ser saltadas na pele e representam um estágio mais avançado da doença”, explica a Dra Jovita Veras.
Uma vez que a veia está doente, seja na forma de vasinhos, veias reticulares ou varizes mais calibrosas, o retorno do sangue não está acontecendo de forma satisfatória, sendo necessário o tratamento das veias alteradas para que a circulação seja restabelecida.
“Portanto é importante uma avaliação detalhada e completa de todo o sistema venoso para que sejam identificadas todas as varizes que necessitam de tratamento e, dessa forma, se obter um resultado eficaz e duradouro”, finaliza a médica.
Na verdade, há algumas diferenças. “A principal é a espessura das veias. Enquanto os vasinhos, sendo mais superficiais, têm entre 1 e 3 milímetros de espessura, as varizes são maiores. Além de passarem dos 3 milímetros, as varizes afetam veias maiores e mais profundas”, argumenta a médica-cirurgiã.
Os vasinhos, conhecidos também como telangiectasias, possuem aspectos avermelhados e arroxeados. Podem aparecer no corpo todo e são vasos sanguíneos de partes mais superficiais da pele que sofreram alguma pressão. Isso causa a dilatação de suas paredes, tornando-os visíveis, em alguns casos com a aparência de teias de aranha (aranhas vasculares)”, explica Dra. Jovita. Acometem geralmente as pernas e rosto.
Já varizes são veias mais doentes e que se dilatam ao longo do tempo. Em contrapartida, existem diversos tipos de varizes, que variam de acordo com a gravidade intensidade e tortuosidade da veia.
“Temos as varizes reticulares ou microvarizes. Elas são tão graves, mas, a longo prazo, podem trazer complicações para a saúde vascular e, por isso, devem ser tratadas o quanto antes. As varizes tronculares presentam veias de alto relevo e tortuosas e, com o agravamento do problema, podem causar inflamações, como a flebite superficial”, finaliza a médica-cirurgiã.