Décadas atrás vivíamos em uma época menos violenta, em que o futebol era um lazer para as famílias. O futebol inicialmente era um lazer para as crianças e principalmente para os adultos, frequentadores dos estádios. Era uma forma de desopilar todo o estresse adquirido no trabalho. Porém, à medida que foram virando instituições, foram surgindo clubes e dando lucro, o futebol tornou-se um comércio. Um comércio de venda de jogadores, rendas de campeonatos e as rivalidades foram surgindo. As equipes e os próprios torcedores brigavam para saber qual time ganhou mais vezes, quem era artilheiro do campeonato e etc. No portal https://www.assisnews.com.br/ podemos acompanhar as notícias dos principais campeonatos do Brasil e do Mundo.
Contexto histórico
No estado do Ceará, o futebol teve seus primeiros passos dados por funcionários de empresas inglesas instaladas na capital em 1903. Em 1904, José Silvério, jovem estudante na Suíça, trouxe a primeira bola oficial de futebol para o Estado. Logo o futebol tornou-se paixão popular e não demorou muito para surgirem inúmeras equipes.
Dentre essas equipes, surgiu o Ceará Sporting Club, que foi fundado em 2 de junho de 1914, pelas ruas do histórico bairro do Centro da capital, por Luís Esteves Júnior e Pedro Freire, durante um encontro à tarde no Café Art Noveau, que funcionava na Praça do Ferreira e logo foi providenciada a ata de fundação do, até então, “Rio Branco Foot-ball Club”. Um ano depois, após a fundadção da instituição, foi escolhido mudar o nome do time para Ceará Sporting Club, devido à dificuldade de se obter camisas na cor roxa, assim as cores do uniforme mudaram para o preto e branco.
Já seu rival, o Fortaleza Esporte Clube foi fundado pelo jovem Alcides Santos, em 18 de outubro de 1918. Tendo as cores do clube: o azul, branco e vermelho inspirado na bandeira da França. Várias versões envolvem a fundação do time do Fortaleza. Na mais provável, o Fortaleza teria sido fundado em 1912, com o nome de Stella Foot-Ball Club. Mas tal time teve vida curtíssima, e em 18 de outubro de 1918 seria fundando, a partir dele, o Fortaleza Esporte Clube, tendo como presidente Alcides Santos, que junto com Humberto Ribeiro, Walter Oslen, João Gentil, Brum Menescal, Oscar Ribeiro, Mário Petter e outros, transformaram o Stella em Fortaleza, para homenagear a capital cearense.
O “Clássico-Rei”, como é chamado, coloca o “Alvinegro de Porangabussu” e o “Leão do Pici”, frente a frente. O primeiro confronto entre Ceará e Fortaleza, ocorreu na data de 17 de dezembro de 1918, com vitória do Ceará por 2 a 0, em partida válida por um dos torneios da antiga Liga Metropolitana Cearense de Futebol. Ao todo, já são mais de 400 partidas entre os dois clubes, que a cada confronto tem a sua rivalidade ainda mais acirrada e elevada.
O brasileiro tem uma relação de amor e ódio com o futebol, sendo muitas vezes chamado de “Paixão Nacional”. Essa história começa bem cedo, ainda quando o bebê está na barriga da sua mãe. A medida que a criança vai crescendo, sendo estimulada, exposta a essa emoção e a vibração que o esporte contribui, que seja pelo time do coração da família ou até pela seleção do seu país. E essa emoção é recorrente nas rodas de amigos, nos bares, nas confraternizações do trabalho, sendo motivo de brincadeiras, chacotas e até de violência.
Violência essa, que está afastando as famílias dos estádios, lugar no qual seria para lazer. Mas ultimamente, quando se tem um “Clássico-Rei” na Capital, o futebol em si, fica em segundo plano, onde o destaque nas manchetes de jornais e veículos de imprensa, são os diversos relatos de brigas, depredações e até mortes.
Então fica a reflexão para que o futebol cearense não espere por uma tragédia, como o incidente ocorrido em Hillsborough, durante o jogo entre Liverpool FC e Nottingham Forest, no ano de 1989, no qual 96 torcedores morreram pisoteados, para que providências sejam tomadas, em relação à violência no futebol. Que o atual cenário do futebol cearense possar mudar de fato, assim teríamos de volta a nostalgia de décadas atrás, onde a paz era soberana nos gramados dos estádios e principalmente fora deles.