A Fifa tem um novo presidente. Novamente um suíço. O cargo mais poderoso do futebol mundial agora pertence a Gianni Infantino, que nos últimos sete anos foi secretário-geral da Uefa.
Infantino foi eleito no Congresso Extraordinário desta sexta-feira, após votação em segundo turno, algo que não acontecia desde 1974, tendo como opositor mais forte o xeque do Bahrein Salman Ebrahim Al Khalifa. Infantino acabou com 115 votos, contra 88 de Salman, quatro do Príncipe Ali e nenhum de Jérôme Champagne.
O mandato será até 2019, já que o pleito foi para decidir quem completaria o tempo na presidência iniciado por Joseph Blatter, eleito pela última vez em maio de 2015.
Gianni, que ficou conhecido do público por ser figura carimbada nos sorteios das competições da Uefa, lançou a candidatura após a suspensão de Michel Platini. A plataforma de campanha do suíço tem, por exemplo, a promessa de redistribuir mais dinheiro para as associações nacionais e aumentar o número de participantes da Copa do Mundo de 32 para 40 seleções.
– Tenho gerenciado a Uefa nos últimos sete anos. E nesse tempo, com crise, as receitas da Uefa quase triplicaram. A distribuição entre as associações aumentou também significativamente. Se a Fifa gerar US$ 5 bilhões, não é normal que US$ 1,2 bilhão seja distribuído? Minha proposta é que seja reinvestido e vá para o desenvolvimento do futebol – afirmou Infantino, em discurso antes da votação.
Pela primeira vez desde 1974, quando João Havelange foi eleito para o primeiro mandato na Fifa, derrotando Stanley Rous, houve segundo turno. Infantino teve o apoio em massa da Uefa e da Conmebol, mas conseguiu se eleger porque África e Ásia não votaram em bloco no xeque Salman, como as confederações continentais haviam anunciado.
Na primeira rodada, Infantino teve uma pequena vantagem, recebendo 88 votos, contra 85 de Salman, 27 do Príncipe Ali e sete de Jérôme Champagne. O sul-africano Tokyo Sexwle anunciou desistência do pleito ao discursar pouco antes do início da votação. O suíço, então conseguiu captar os votos de Ali, fechando com 115, contra 88 de Salman, 4 de Ali e nenhum de Champagne.
Infantino completará 46 anos em pouco menos de um mês. Suíço criado por uma família de italianos, ele começou a trabalhar na Uefa em 2000. Foi diretor de assuntos legais e posteriormente, em 2009, virou secretário-geral.
Poliglota, como demonstrou no discurso às associações antes da eleição, participou diretamente da implantação do Fair Play Financeiro. Ele também fez parte do Comitê de Reformas da Fifa, cujo resultado foi a votação de mudanças no estatuto da entidade.