Algumas pessoas têm problemas com a vida. Eu tenho com a morte. Segundo o Mestre Chagdud Tulku Rinpoche, a morte não é um evento isolado, mas uma mudança num infindável ciclo de mudanças.
Aqueles que ouvem os ensinamentos do budismo tibetano sobre a morte têm a venturosa oportunidade de aprender a usar o poder de suas mentes para dirigir essas mudanças e obter controle sobre suas vidas e sobre a morte.
O momento da morte é incerto, mas a verdade da morte não.
Li a noticia da morte do policial militar em Quixadá, no tiroteio com a quadrilha de bandidos. Ele tinha 26 anos de serviços e estava em seu ultimo dia de trabalho.
Deveria ter planos para a aposentadoria. Um negocio próprio, uma viagem com a família, usar o tempo livre para jogar baralho, sinuca, ver futebol, ensinar o filho a andar de bicicleta. Mil e uma opções teria o jovem aposentado.
Numa estrada do interior do Ceará encontra indivíduos armados e com ódio da sociedade e do estado que a farda representava.
Quem atirou a bala mortal? Francisco? Manuel? Joaquim?
Tenho a impressão que ela saiu de bem mais longe e foi forjado durante anos de exploração e falta de políticas publicas e de segurança.
Quanto recursos gastos com fardas brilhosas, carros possantes, luxo e publicidade e a nossa segurança vive criando heróis caídos como anjos sem asas.
As balas faltaram porque o orçamento é curto, a assinatura não foi dada, o governador estava viajando. A gasolina não tem mais, já que não pagaram o posto fornecedor.
Enquanto isso o comandante brinca de ofertar medalhas brilhantes para homens nem tanto assim.
Com certeza diversos dedos apertaram aquele gatilho e você, cidadão sem proteção e solitário, tem somente o seu na hora da urna, não o banalize.