De olho no rápido crescimento da produção de energias renováveis, instituições vão se alinhando com mercado e sociedade para aproveitarem demandas até então raras ou inexistentes por aqui, como é o caso da fonte solar, na geração de eletricidade através de placas fotovoltaicas e, mais recentemente, a do hidrogênio verde, no Pecém, pela EDP Brasil, com o lançamento, em meados de janeiro, de sua nova planta.
O Programa de Financiamento à Energia (FNE Sol), do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), por exemplo, prevê créditos da ordem de R$29 milhões em empréstimos para o Ceará em 2023 (R$186 milhões para toda região Nordeste), inclusive para quem não é cliente da instituição. O objetivo com a linha de crédito, é financiar projetos de micro e minigeração distribuída de energia por fontes renováveis.
“Nós fomos pioneiros na criação de linha que financiasse a geração de energia limpa e renovável. O FNE Sol veio nesse contexto, ou seja, financiar toda e qualquer iniciativa que você tenha sobre sustentabilidade, geração de energia e eficiência energética e, no caso do Ceará, o destaque vai para a solar. A liberação é para o financiamento de equipamentos e da instalação deles, com prazo e condições de crédito adequados, subsidiados”, explica Lívio Tonyatt, superintendente estadual do BNB, no Ceará.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, quando esteve presente no Ceará para o lançamento da primeira unidade de produção de hidrogênio verde, no Pecém, afirmou: “A agenda de transição energética terá absoluta prioridade na minha gestão à frente do ministério, pela importância deste tema para o desenvolvimento social, econômico e industrial do nosso país”.
Diante das sinalizações frequentes, quem produz energia limpa e a negocia no mercado livre, vem se preparando para o aumento da demanda. Diversos projetos aportaram no Ceará, ano passado, e devem continuar o ritmo em 2023, notadamente no interior do estado.
Um deles vem de Pernambuco, direto para ser instalado em Jaguaruana, município cerca de 200 quilômetros de distância de Fortaleza. Trata-se do Complexo Arapuá (500MWp), do Grupo Kroma Energia, um conjunto de usinas fotovoltaicas que vai demandar investimentos da ordem de R$1,7 bilhão, além de movimentar a geração de 1.500 empregos diretos e 400 indiretos.
“O Ceará tem ambiente favorável para negócios, com ótimos pontos de conexão no governo e mercado. Além do espírito empreendedor cearense, o Estado possui uma vocação incrível para energia renovável. Estamos falando de vento e da irradiação solar”, explica Rodrigo Mello, CEO e um dos fundadores da Kroma Energia.