Você já deve ter ouvido essa frase pelo menos uma vez na vida. Mas, por que será que essa ideia é tão divulgada? De maneira bem simplificada, os direitos humanos são uma espécie de regras de boa convivência que deveriam funcionar para todas as pessoas, independente de idade, gênero, etnia, classe social, religião ou qualquer outra característica e identidade. Essas “regras” formam a chamada Declaração Universal dos Direitos, criada em 1948 depois da 2ª Guerra Mundial, momento em que ocorreu uma série de atrocidades em nome de uma hegemonia racial. Todos os países que fazem parte da Organização das Nações Unidas (ONU) estão de acordo com essa declaração e ela inspirou a constituição de muitos países, incluindo a do Brasil.
Então, como esse discurso é propagado? Quando a gente escuta, por exemplo, “Direitos Humanos para humanos direitos”, essa fala quer dizer que algumas pessoas são merecedoras de direitos e outras não. Isso faz parte de um processo chamado desumanização e foi o que acorreu no período escravocrata, por exemplo.
A desumanização pode ser compreendida como um processo de percepção do outro de maneira negativa e inferiorizada, colaborando com várias formas de violência. Entre esses tipos de violência está a demonização, percepção de que determinado grupo ou pessoa precisa ser preso, isolado, aniquilado. Desumanizando alguém um determinado grupo pode ser considerado de maior merecimento de direitos que outro, uma maneira de criar hierarquias sociais, o que colabora cada vez mais para a segregação.
Sendo assim, a reprodução de imagens erradas sobre os direitos humanos é uma estratégia que pode ser chama de informação/desinformação ou, como popularmente conhecemos, são fake news. Isso ajuda a propagar representações distorcidas da realidade.
Mas o que ocorre de fato é que quando o Estado viola direitos humanos, ele está cometendo crimes e violências, não proporcionando direitos básicos e essenciais para uma grande parcela da população. Assim, não defender direitos humanos é descumprir um acordo de civilidade. Dessa forma, os direitos humanos não pode ser algo que nos divide.
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Profª. Ma. Iara Andrade de Oliveira
Psicóloga social, pesquisadora e professora do Curso de Psicologia da UniAteneu
Mestra em Psicologia