Ainda que a morte seja um tabu na sociedade brasileira, vale a pena pensar em manter a família preparada com antecedência. Embora a abordagem não seja confortável, é muito melhor decidir como e onde você deseja ser enterrado e, se possível, também pagar por esses serviços com antecedência. Esta opção poupa os enlutados de terem que tomar decisões difíceis e sofrer estresse financeiro no momento de luto.
Nas principais capitais, como São Paulo, é quase impossível enterrar os entes amados sem desembolsar ao menos R$ 2.500. Além de arcar com os custos do caixão, flores, sepultamento e transporte, os familiares devem se preocupar com taxas de manutenção do cemitério, que são eternas.
Na cidade de Curitiba, os custos básicos para o enterro de um adulto podem chegar em até R$ 7.800, incluindo apenas a preparação do corpo, translado, montagem do velório e decoração da sala. Caso a família deseje adicionar serviços facultativos, como ornamentações e maquiagens, as taxas extras são cobradas à parte.
Os valores do sepultamento podem ficar ainda mais caros caso a família ainda não tenha um jazigo. Por exemplo, no cemitério Jardim da Paz (em Curitiba), um jazigo de duas gavetas custa pelo menos R$ 9.900.
No Brasil, os preços para a cremação de um corpo podem ser ainda mais baratos do que para enterrá-lo, dependendo do município. Isso ocorre principalmente porque os enlutados ainda precisam pagar taxas de manutenção após o enterro, enquanto tais custos não existem com a cremação. Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, ser cremado em um cemitério público, como São João Batista, custa R$ 1.921,55, incluindo cremação e velório normal.
Com a atual pandemia de COVID-19, a cremação também está sendo apresentada globalmente como uma maneira mais segura de enterrar aqueles que morreram por causa do vírus. Como resultado, a demanda por homenagens pós-cremação, como o diamantes de cinzas, também vem aumentado.
Costumes e tradições funerárias no Brasil
Cada país possui sua cultura particular e tradição única no momento de lidar com a morte. No Brasil, como pelo menos metade da população adere ao catolicismo, a maioria dos rituais fúnebres ocorrem seguindo tais princípios religiosos. Nesta tradição, imediatamente após a morte, a família providencia o velório e o enterro do falecido.
Os costumes envolvem o uso de roupas pretas (para indicar o luto) e a presença de incensos e velas, representando veneração e a luz da vida que vai se queimando. Após a morte, o cadáver é vestido com suas roupas favoritas, joias e objetos ricos em significado pessoal.
O luto católico pode durar até 365 dias, a depender da vontade da família. Amigos e familiares realizam missas póstumas, sempre nos 3º, 7º, e 30º dia após o falecimento, para orar para que o falecido repouse em paz eterna.
Por muitos anos, a cremação foi encarada como uma prática pagã no Brasil, mas depois que a Igreja católica passou a aceitá-la, os costumes funerários passaram a se alterar em todo o país. De maneira geral, existem dois tipos de serviços de cremação oferecidos no Brasil:
- Na cremação direta, o corpo é cremado assim que se torna legalmente possível (o mais rápido após a morte), não sendo acompanhado de um funeral ou ritual específico.
- Na outra modalidade, a família pode optar por uma cremação similar a um velório tradicional, incluindo momento exclusivo para condolências e homenagens. A cerimônia pode ser realizada tanto com o corpo presente ou as cinzas recém-obtidas do falecido.
Além de ser considerada higiênica e mais econômica em relação ao enterro tradicional, a cremação oferece maneiras criativas de lidar com as cinzas. Famílias modernas encontram formas mais pessoais de dizer adeus aos entes queridos, optando por alternativas para as cinzas, como:
- Eternizá-las criando um diamante de cinzas;
- Incorporá-las em tintas para tatuagens ou obras de arte;
- Depositá-las em algum lugar sagrado;
- E até mandá-las para o espaço.
Independente da alternativa escolhida, torna-se uma extensão do ente querido falecido ou de seus interesses. Homenagens de diamante de cinzas representam um novo começo para os enlutados e também atuam como uma conexão emocional com os falecidos na vida após a morte.
Diamante de cinzas: uma alternativa criativa e moderna ao enterro
Os rituais funerários no Brasil têm se adaptado com a vida moderna, incluindo opções diferenciadas em relação ao enterro tradicional, como o belíssimo diamante de cinzas. Depois que o Rei do Futebol, Pelé, transformou seu cabelo em belos diamantes, a técnica de converter matéria orgânica em gemas genuínas ficou ainda mais conhecida pelos brasileiros. O diamante de Pelé foi criado pelo mesmo processo que dá origem ao diamante de cinzas: a tecnologia HPHT.
São necessários cerca de 200 g de cinzas para a criação de um diamante de cinzas. Estas cinzas são colocadas em um cadinho especializado que é aquecido a mais de 5000F para que todos os elementos, exceto carbono, oxidem. As temperaturas são aumentadas ainda mais para que o carbono se torne grafite. O grafite é colocado no núcleo em conjunto com um catalisador de metal e uma semente de cristal, entrando em uma prensa de diamante capaz de criar tensão extrema, elevando, assim, a pressão para cerca de 800.000 libras/polegada quadrada. Durante a última etapa, quando a prensa está trabalhando, a temperatura na sala permanece em torno de 2500F, para que o diamante de cinzas se torne sólido. A criação de um diamante de cinzas leva cerca de 3 a 9 meses, dependendo das características da gema selecionada.
Por que o diamante de cinzas está ganhando popularidade em todo o mundo?
Com a pandemia de COVID-19 assolando o cenário global, houve mudanças consideráveis na forma de tratar os mortos. Cada vez mais, o mundo busca alternativas, como o diamante de cinzas, para imortalizar seus entes queridos falecidos.
Pacientes com Coronavírus são confinados em total isolamento nos hospitais, a evitar a proliferação da doença. Infelizmente, muitos deles acabam morrendo sem ter a chance de se despedir de amigos e familiares. Assim, o diamante de cinzas é uma lembrança eterna do ente querido em tais situações.
Existem outros motivos para a popularidade dos diamantes de cinzas no cenário mundial:
- O diamante de cinzas é uma maneira pessoal e única de homenagear um ente querido falecido;
- À longo prazo, diamantes de cinzas são mais econômicos em relação ao enterro tradicional;
- Criar um diamante de cinzas é ambientalmente mais seguro do que enterrar o falecido no cemitério. Nos EUA, por exemplo, os fluidos de embalsamamento usado todos os anos são o suficiente para encher oito piscinas olímpicas. Consequentemente, isso contribui para a poluição do solo e das águas subterrâneas;
- Países como os EUA lutam contra a falta de terrenos e lotação em cemitérios e, como resultado, alguns cemitérios empilham túmulos uns sobre os outros para economizar espaço. Além disso, nações como o México exigem que os enlutados exumem seus mortos após um determinado período de tempo, a fim de criar espaço para recém-falecidos. O diamante de cinzas é uma solução permanente para estes inconvenientes;
- Num mundo altamente globalizado, a maioria das famílias está espalhada pelo mundo e não possui tempo para cuidar de túmulos. Por outro lado, diamantes de cinzas pode ser criado para que todos os membros da família possam se transportar com facilidade, permanecendo conectados ao falecido à sua maneira.
O preço do diamantes de cinzas no Brasil pode ser acessível se comparado com os custos de manutenção de um jazigo em cemitério, a longo prazo. Os valores para o diamante de cinzas variam de acordo com o provedor de serviços, cor, corte, quilate do diamante e recursos adicionais (como certificados ou mensagens gravadas).
O preço inicial de um diamante de cinzas no Brasil é de USD 1250, por 0,25 quilates.