O Dia Nacional de Combate ao Fumo é celebrado na próxima segunda-feira (29) e foi instituído pela Lei 7.488 de 1986 para alertar a população sobre como o hábito de fumar pode prejudicar a saúde. Os perigos do tabagismo são bem conhecidos pela comunidade médica: além de contribuir para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, também está associado a diversas doenças e enfermidades crônicas, como infecções respiratórias, impotência e infertilidade.
Os efeitos dos cigarros convencionais no corpo de não fumantes foram comprovados e impressos nas embalagens dos produtos. A Organização Mundial da Saúde identificou a fumaça ambiental do tabaco como a maior fonte de poluição interna, enquanto o tabagismo passivo é a terceira principal causa de morte evitável em todo o mundo. Já o uso de dispositivos eletrônicos tornou-se popular nos últimos anos, principalmente entre jovens e adultos. No entanto, os riscos deste consumo também são elevados.
Embora o Brasil tenha se tornado o segundo país a adotar todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) contra o tabagismo e a redução da proporção de fumantes, a drogadição mata 428 pessoas por dia, responsável por 12,6% de todas as mortes no país, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). No total, 156.216 vidas poderiam ser salvas a cada ano se o hábito fosse eliminado.
Segundo Leonardo Oliveira, cirurgião torácico e broncoscopista do Hospital São Camilo Fortaleza, o consumo de fumo de qualquer tipo, como cigarro industrializado, charuto, cachimbo ou fumo de mascar, é fator de risco para câncer de lábio, boca, língua, laringe, brônquios, pulmões, esôfago, estômago, intestino, bexiga e mama. Além disso, aumenta a chance de infarto, AVC, trombose, doença vascular periférica, impotência, entre outras.
“O cigarro eletrônico é muito perigoso, uma vez que oferece de forma mascarada a porta de entrada ao vício da nicotina. Além disso, a solução utilizada nos vaporizadores costuma ser de aromas que são cancerígenos, além de aditivos. O formato eletrônico também está relacionado à lesão pulmonar associada ao cigarro eletrônico (sigla em inglês de EVALI) que tem sido causa de inúmeras mortes no mundo. E ainda ocorreram casos, inclusive fatais de explosão de dispositivos durante o uso”, explica.
“O vape, por exemplo, se tornou popular entre os jovens nos últimos anos. A diferença entre o vape e o cigarro é que o vape não tem aquecimento da mistura inalada. Os cigarros eletrônicos que aquecem são mais nocivos ainda que os vape”, acrescenta.
Segundo o especialista, o uso do cigarro eletrônico não se mostrou eficiente em estudos como método para abandonar o tabagismo uma vez que o vício da nicotina continua. “O uso do cigarro eletrônico continua muito comum entre os mais jovens que se expõem a seu uso cada vez mais cedo. O uso desses vaporizadores podem causar problemas dentários nessa faixa etária, além de determinar uma exposição muito grande durante um idade muito menor. Como o cigarro eletrônico não deixa cheiro de fumaça muitos pais nem ficam sabendo que seus filhos estão consumindo. Qualquer hábito que leve a um vício deve ser combatido principalmente entre os mais jovens”, compartilha Leonardo Oliveira.